quinta-feira, 14 de julho de 2011

O olhar

O que é isto? Como é possível pensar em fazer tanta coisa na próxima troca de olhares, e quando se dá outra troca de olhares a única coisa que faço é ficar a olhar, perplexo, hipnotizado num olhar tão profundo, tão intenso, e mesmo assim algo suave e agridoce por não saber quando será a próxima vez. A primeira troca de olhares deu-se num dia normal, mundano, um dia como todos os outros, até que trocamos olhares, ao inicio não pensei que fosse para mim, mas uns minutos a seguir apercebi-me que era, e mais umas trocas de olhares mais tarde apercebi-me com mais convicção do mesmo. Hoje em dia já me parece uma droga, estar fixado em ti, sem saber nada de nada, nem nome nem idade. Admito já ter pensado que era algo da minha cabeça, mas não quero pensar que sou o único que sente algo naquela troca de olhares intensa, em que o mundo pára, pessoas ao teu lado falam contigo e ouves apenas sons abafados pela intensidade do momento, tentas responder à pessoa mas para além de não teres ouvido o que te foi dito, tentas falar e só saiem sons e 'ah's prolongados, até que te apercebes da figura que estás a fazer, desvias o olhar, terminas a conversa e quando voltas a olhar, já se foi embora. Sinto vontade de bater palmas por me teres conseguido por assim, tão viciado no teu olhar e tão desejoso de fazer algo quando não sei nada sobre ti.


...goodbye, it was a nice headfuck.

sábado, 16 de abril de 2011

14-04-2011 @11:04pm

O que é que eu quero?
Ser surpreendido com um beijo, um beijo suave e ao mesmo tempo forte. Um beijo que se sente pelo corpo todo, sente-se os neurónios a disparar, sentes os pelinhos dos braços a arrepiar, um beijo tão profundo que perdes a vontade de vir à superfície para apanhar ar. Algo tão desejado e tão intenso que segundos parecem horas, e minutos como anos, algo pelo qual não te importarias de morrer para obter tal coisa. Quando os lábios se separariam eu não iria ficar triste porque acabou, mas sim contente porque aconteceu e o que pareceram anos foram minutos, e o que pareceram horas foram segundos, e quiçá voltasse a acontecer num futuro muito próximo.

Hit me, just once, I want to feel something, hit me...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Reparaste?

Uma dia, normal, como todos os outros, o sol brilhava, as nuvens passavam, os pássaros cantavam, até que te vi, no banco comprido de jardim, e decidi andar na tua direcção. Cada segundo passado a olhar para ti permitia-me ver mais coisas que me interessaram em ti, continuei a andar em direcção a ti e a admirar-te, não sei se foi por me perder em ti, mas não reparei se me reparaste. Sento-me ao teu lado direito e reparo que tens a mão direita sobre o banco, sei que me olhas embora eu esteja a olhar ligeiramente para a direita, enquanto sei que me olhas, olho ligeiramente na tua direcção e fecho os olhos por uns segundos e embora eu não esteja a olhar eu sei que tu continuas a olhar, sinto vontade de abrir os olhos e beijar-te, mas mantenho os olhos fechados e inspiro calmamente e expiro calmamente e mando um sorriso breve. Decido abrir os olhos, continuo a olhar em frente mas, reparo que, um pouco desajeitadamente, voltas a olhar em frente, e depois para a esquerda, como se tivesse sido descoberto a roubar doces de uma loja. Sinto a leve brisa a passar-me no braço esquerdo que está sobre o banco, ao pé do teu braço direito, a minha mão começa a levantar-se leve e suavemente, e sinto os meus dedos a escalarem a tua mão, sinto o calor da mão, o quente e reconfortante calor da mão. Sinto o meu indicador a fazer festas suaves e pequenas sobre a tua mão, olho para baixo e sorrio, como se tivesse acabado de chegar a casa, continuo a olhar em frente e de repente levanto-me porque reparei que ias dizer algo. Enquanto continuo a afastar-me do banco de jardim o sol continuava a brilhar, as nuvens continuavam a passar, e os pássaros continuavam a cantar, até que decido olhar para trás e, lá estavas tu, no banco de jardim, mas desta vez, a olhar para mim.

O que são olhares não trocados?