segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

The Good Times

Hoje acordei e pensei, há dez anos não tinha de acordar sozinho, acordavam-me, levantava-me, tomava o meu banho e quando saía tinha a minha taça de cereais pronta na mesa no meu lugar, não tinha de me preocupar com o que fazer agora, só tinha de me preocupar em ir à escola para aprender o 'abc' da altura, e assim que as aulas acabavam voltava a casa e brincava com os brinquedos da altura. Só tinha de me preocupar em como convencer os meus pais a compraem-me brinquedos novos ou a fazerem-me bife com batata frita e ovo estrelado quando o jantar era o peixe grelhado que eu tanto detestava, embora essas tentativas não resultavam em nada a não ser eu com uma bola de peixe ao final da refeição, mas sabia sempre bem tentar. Os temas de conversa com os meus amigos era sobre os desenhos animados que tinham dado na tarde anterior ou sobre as roupas horríveis que os nossos pais nos compravam e sobre o qual não tinhamos nenhum poder de escolha a não ser, usar as roupas horríveis.
Hoje em dia deito-me preocupado com o dia de amanhã, e o dia a seguir de amanhã, o que tenho de fazer, o que quero fazer mas não tenho tempo para fazer, as coisas às quais tenho de dar prioridade, e então hoje acordei e pensei, belos tempos eram os de há dez anos atrás. Sim, há dez anos atrás eram sim belos tempos, mas os de hoje em dia, ah, estes tempos são fantásticos porque mesmo com a loucura das responsabilidades todas há muitos lados positivos, como o facto de não ter, directamente, os pais a dizerem-me o que fazer, tenho o poder de escolha de vestir o que me der na cabeça, relacionar-me com quem eu achar correcto, falo sobre coisas sobre o qual nunca pensaria falar com aqueles que me são importantes e não tenho de convencer ninguém a deixar-me comer o que eu quero. São essas coisas e muitas mais que me fazem crer que estes tempos são fantásticos, e espero que os tempos para vir fiquem ainda mais fantásticos.
Às vezes apetece-me voltar à simplicidade, e outras, nem por isso...
07-12-2010

sábado, 23 de outubro de 2010

Parts

A: "Here, it's a gift."
B: "A box of chocolates?"
A: "Open it."
B: "Thanks but, shouldn't it have more than one chocolate left?"
A: "It should, but the thing is, you'll have to be patient, and only once in a while will you get a piece of chocolate."
B: "But why?"
A: "Because, I don't want to waste any piece of chocolate, and I want to be sure when I should give up a piece of chocolate."
B: "I see, trust me, I won't waste any piece of it."
A: "......"
B: "I thought you'd never ask."

...wanna go steady with me?

sábado, 9 de outubro de 2010

Frágil

Abro os olhos, inspiro e expiro, olho para o meu peito, vejo rachas, sinto o oxigénio a escapar-se por entre as rachas, não consigo respirar, olho um pouco para a esquerda e vejo um buraco, "'Este buraco é do quê?" pergunto-me. Sinto o meu sangue a escorrer lentamente pelo peito, como se a minha vida me estivesse a sair por este buraquinho que tenho peito feito por não sei bem o quê. Olho para a esquerda e penso para mim admirado, "Alcatrão..?", sim, é mesmo alcatrão, e o mundo também está horizontal, apercebo-me de que estou deitado, e cheira a queimado. Sento-me e vejo à minha frente um vilhueta preta, vejo fumo a sair da mão direita da silhueta, não, não é da mão dela, mas do que ela está a segurar. Tento abrir a boca para dizer 'Porquê?', mas caio para trás, enquanto vejo a silhueta a virar costas e a jogar a arma para o chão, oiço os passos da pessoa a ir embora à medida que eu continuo a cair. Sinto a cabeça a latejar após a queda, olho para a direita e vejo uma coisa que é familiar, a arma que a silhueta tinha na mão, mas a arma não me é familiar por causa disso, é-me familiar porque fui que dei a arma à silhueta. Parece que finalmente lhe deu uso... infelizmente. Começo a tossir por não conseguir conter oxigénio nenhum, sinto a vida a escapar-me por entre os folegos falhados, sinto as rachas a aumentarem, a visão começa a ficar esborratada até que vejo uma luz forte e uma silhueta no meio dela "Ajuda-me" eu penso, "Claro que ajudo", diz a silhueta, "Vamos lá tratar então do que aí tens". Sinto as rachas a desaparecerem, e o buraco fechou, mas um circulo preto ficou no lugar do buraco feito pela bala, "Sarou um pouco, mas esta ferida irá levar muito tempo a sarar, por isso tem paciência e calma" diz-me a silhueta, "Prometes-me que não vais embora?" pergunto, "Não prometo nada, mas vou fazer os possiveis para não ir, desde que tu também faças os possiveis." disse a silhueta, "Prometo."
Here's the gun, please don't shoot me.

domingo, 3 de outubro de 2010

Pedaço de papel

Pedaço de papel, rabiscado a lápis, apagado pela borracha, escrito por cima a caneta, molhado pela chuva, seco pelo sol, amachucado por uma mão, rasgado por outra, queimado pela chama da vida, e levado pelo vento para olhar para a vida de maneira diferente...

...às vezes sinto-me como um pedaço de papel.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Veneno

"É só mais um trago deste frasquinho", é sempre mais um trago deste frasco, é o que eu digo a mim próprio para me ajudar a dormir melhor. Sempre que tenho o frasco na mão hesito, mas mal dou por mim e estou a beber do frasco, assim que engulo sinto o calor do veneno a descer-me pelo esófago, enquanto me corrói por dentro sinto vontade de vomitar as minhas entranhas que foram corroídas a minha escolha . Eu sei que faz mal, logo não devia beber do frasco, mas o fruto proíbido é o mais apetecido, por isso por muito que me digam para não beber do frasco pelas razões mais plausíveis, sei que mais tarde ou mais cedo acabo por beber desse frasco, eu e qualquer ser Humano.
Será que nascemos com o intuito de nos magoar-mos inconscientemente? Será então que todos nós de certa forma temos complexos autodestrutivos?
Viemos ao mundo com uma esponja, absorvemos tudo, e desde cedo os nossos pais ensinaram-nos a acreditar na magia que o mundo tem para oferecer, quando na verdade, na maior parte das vezes, só tem veneno para nos conspurcar. Será então que os esforços dos nossos pais terão sido em vão?
Não, não porque são esses bocadinhos de luz que nos ajudam a ter esperança e que nos fazem andar em frente todos os dias que nós levamos neste mundo venenoso.
É só mais este último gole...?

domingo, 19 de setembro de 2010

Terminal

Os terminais de aeroporto são uma coisa muito peculiar por um simples facto, eles fazem-me pensar, não é que eu tenha falta de pensar, mas enfim. Eu adoro parar no meio dos aeroportos e ouvir música, parece que de repente só por uns minutos a vida abranda, e vê-se tudo a andar devagar. Vê-se alguém a sorrir porque vai encontrar-se com alguém ou vê-se alguém a chorar, a abraçar e a beijar alguém porque não quer que essa pessoa parta, mas quando essa pessoa realmente parte é como se o mundo se fosse abaixo. É também por isso que gosto dos aeroportos, eles fazem com que as pessoas dispam as suas defesas e fazem com que as pessoas sejam verdadeiras, principalmente na zona das chegadas. Na zona das chegadas há sempre alguém à espera de outro alguém. Será então, que enquanto aquela pessoa que nos é destinada não chegar nós vamos estar num estado de dormência, a hesitar, a esperar? Eu pelo menos recuso-me esperar por alguém, eu vou avançar, admito que a companhia é sempre confortável mas é assim, eu odeio esperar, e para pessoas como eu o melhor mesmo é sair do conforto e dar um passo em frente e fazer todos os possíveis para não olhar para trás. Vou sair da zona das chegadas e vou para a das partidas, para onde vou? Não sei, vou em direcção ao desconhecido, podem pensar que sou louco, mas o destino não é o mais importante, a viagem por outro lado é que é importante, porque é na viagem que se erra e se aprende com os erros.

Vou crescer e viver...

Why hello there.

Para ser honesto tou a criar este blog a pedido/sugestão de uma granda amiga minha que também tem um blog chamado gato grato ( http://gatograto.blogspot.com/ ). Neste blog irei por textos antigos que escrevi no secundário, na altura em que as palavras me fluiam da cabeça, quando eu escrevia à medida que pensava. Não sei porque larguei a caneta; para ser honesto prefiro escrever com caneta do que com o lápis, sim com o lápis pode-se apagar, mas depois fica tudo borrado, e uma confusão, e com a canet simplesmente posso por um riscar por cima e whatever, sempre gostei de escrever com as Bic, enfim, estou a divagar lol. Vou fazer um esforço para voltar a pegar na caneta e no bloco de papel da próxima vez que estiver a reflectir na minha vida.
Vou começar por publicar um texto que gosto muito, e mesmo após tanto tempo continuo a gostar dele.
Aviso já que os meus textos (pelo menos os antigos, não sei como é que os novos irão ser) são tipo crónicas curtas, objectivas e directas ao assunto. Também é provavel que eu ponha pequenos desabafos aqui por isso pode-se esperar um pouco de tudo acho eu.
Espero que gostem do blog e que deixem comentários.
Cumprimentos, Diogo Toledo.